sexta-feira, 1 de junho de 2018

NOTICIAS BEATLES – CURIOSIDADES.


NOTICIAS BEATLES – CURIOSIDADES.

Como se falava dos Beatles sob o olhar atento da censura.

tumblr_lvauj2oe011qagpmoo1_1280
Um novo livro de Abel Soares Rosa recorda a forma como a imprensa portuguesa deu a conhecer o fenómeno gerado pelos fab four entre a revelação do grupo e inícios dos anos 70
Maria Emília, estudante de Filologia Românica, dizia que o “aspeto físico” do grupo “não é atraente nem recomendável”. Para Manuel, estudante de Arquitetura, eram “instrumentos duma vasta máquina de propaganda que desde um Elvis Presley procura impor a essa parte da juventude um ídolo que lhes satisfaça as tendências histéricas”.
Imagem de um mobile oferecido por O Século Ilustrado em dezembro de 1968
Imagem de um mobile oferecido por O Século Ilustrado em dezembro de 1968
Armando, um produtor radiofónico, explicava que “refletem o mais lamentável sector da época que atravessamos”. O padre João reparava que “estes meninos ingleses” já “não se distinguem das meninas”. E Maria Beatriz, estudante liceal, acrescentava que “o conjunto português de Gonçalo Lucena (por exemplo) é mais ritmado”… Estas opiniões surgiram a 28 de agosto de 1964 nas páginas da revista Flama. E de quem se falava? Dos Beatles… Pois este é um entre os vários exemplos de abordagens da imprensa nacional ao fenómeno que então era gerado pelos fab four, que se tinham estreado discograficamente em Portugal em novembro de 1963 com o EP She Loves You. Memórias agora reunidas em Os Beatles na Imprensa Portuguesa 1963-1972, de Abel Soares Rosa, livro com tiragem limitada que acaba de ser lançado em autoedição.
A imprensa portuguesa acompanhava então “o fenómeno do vendaval Beatles sempre com a presença tutelar da feroz censura”, explica o autor ao DN, lembrando que “o mais frequente era uma certa irritação nacional contra o rock”n”roll e qualquer outro tipo de libertação”. No início dos anos 60, o fenómeno gerado pelos Beatles era descrito como sendo “decadente, revolucionário, caótico”, sublinhando que havia quem defendesse que “eletronicamente andavam a explorar as débeis sensibilidades adolescentes”.


Fonte: DN – ARTES – VIA EMAIL.
Por Marina Sanches – @sancmarina

Nenhum comentário:

Postar um comentário