A história por trás da foto de despedida escolar de John Lennon
1957 foi
um ano muito confuso para John Lennon. À medida que seu último período
letivo escolar, em Quarry Bank, chegava ao fim, a incerteza de que
caminho seguir a partir dalí tomou conta dos pensamentos de John. Ele
era o único de seus amigos mais próximos e companheiros de banda
(Quarrymen, na época) que não tinha um futuro garantido.
Como John
era incapaz de tomar alguma decisão, seu futuro teve de ser discutido
por Mimi – tia de John que o criara a partir dos 5 anos -, e pelo Sr.
Pobjoy, diretor de Quarry Bank. “Pobjoy perguntou o que eu ia fazer com
ele”, relembrou Mimi. “Eu disse: ‘O que o senhor vai fazer com ele? O
senhor o acompanhou durante cinco anos’”. A única saída que Pobjoy viu
para o caso de John, era o seu inegável talento para o desenho. Caso
Mimi aceitasse, ele poderia indicar John para o Liverpool College of Art
com uma carta especial, pedindo para que sua reprovação na matéria não
fosse levada em conta. Não era o que Mimi realmente queria para John,
mas “era melhor do que nada, pelo menos ele iria para a universidade”,
segundo suas próprias palavras.
O Senhor Pobjoy colocou uma condição
para sua indicação de John para a escola de arte: que seu comportamento
fosse impecável até o fim daquele período. Somente quando o período
letivo em Quarry Bank chegasse ao fim e seus professores confirmassem
seu bom comportamento, a carta seria enviada. John freqüentou as aulas
que restavam com uma inocência completamente artificial, se esforçando
para deixar de lado suas comuns provocações, trapaças e confusões. No
entanto, no último dia, como era natural de Lennon, ele quase pôs tudo a
perder.
O ritual
mais sagrado do período letivo de verão era a fotografia oficial, um
retrato em preto-e-branco dos mais de duzentos alunos e do corpo
docente, reunidos todos no gramado em frente ao prédio principal de
Quarry Bank. Essas fotos em grande angular exigiam uma câmera montada
sobre um tripé com uma lente “panorâmica” especial que levava vários
segundos para expor o filme, varrendo o grupo escolar de uma ponta à
outra. Havia uma lenda folclórica que corria entre os alunos da escola
de que alguém poderia ser captado pela lente em um lado e depois correr
até o lado oposto para ser captado de novo enquanto a lente completava a
varredura, aparecendo, assim, duas vezes na foto final. Quando os
alunos de Quarry Bank se agruparam em oito fileiras ascendentes de
paletós escuros para a foto de 1957, John decidiu verificar na prática
se o folclore fazia algum sentido.
Para não correr o risco de não ser
recomendado pelo diretor, John convencera seu colega de classe Harry
Gooseman. “John ouvira dizer que era possível, mas em vez de fazer
aquilo ele mesmo, me deixou todo aceso e ansioso por tentar”, lembra
Gooseman. “Enfim, dá para ver o que aconteceu quando se olha a foto…
Quando a câmera começou o seu giro lento, eu me abaixei e corri por trás
das fileiras e apareci em outro lugar. Lamentavelmente para mim… eu me
desloquei cedo demais e por isso é possível ver um espaço vazio onde eu
estava de pé, logo atrás de John”.“E então”, continua Gooseman. “Quando tentei acompanhar a câmera e subir numa cadeira ou num banco mais adiante, não havia lugar para mim, por isso só se vê um pedaço da minha cabeça espiando para a frente. Alguns dos rapazes não sabiam o que estava acontecendo, mas John sabia. Basta olhar para a sua cara… e para os sorrisos debochados do seu bando. Lembro que ele riu bem alto quando fomos afinal presenteados com a foto e viu o espaço vazio atrás dele onde eu deveria estar”.
Felizmente para John e seu fracassado súdito, Harry Gooseman, o Sr. Pobjoy nunca notou o vazio anormal atrás de John e seus colegas segurando (nem todos) o riso, nem o borrão de uma cabeça adicional na extremidade oposta. No último dia de aula, 17 de julho, a carta finalmente seguiu para o Liverpool College of Art, recomendando a tão ameaçada matrícula de John Lennon.
Fonte: Beatlepedia.
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