quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A história por trás da foto de despedida escolar de John Lennon


A história por trás da foto de despedida escolar de John Lennon


1957 foi um ano muito confuso para John Lennon. À medida que seu último período letivo escolar, em Quarry Bank, chegava ao fim, a incerteza de que caminho seguir a partir dalí tomou conta dos pensamentos de John. Ele era o único de seus amigos mais próximos e companheiros de banda (Quarrymen, na época) que não tinha um futuro garantido.
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John Lennon, em 1957
Como John era incapaz de tomar alguma decisão, seu futuro teve de ser discutido por Mimi – tia de John que o criara a partir dos 5 anos -, e pelo Sr. Pobjoy, diretor de Quarry Bank. “Pobjoy perguntou o que eu ia fazer com ele”, relembrou Mimi. “Eu disse: ‘O que o senhor vai fazer com ele? O senhor o acompanhou durante cinco anos’”. A única saída que Pobjoy viu para o caso de John, era o seu inegável talento para o desenho. Caso Mimi aceitasse, ele poderia indicar John para o Liverpool College of Art com uma carta especial, pedindo para que sua reprovação na matéria não fosse levada em conta. Não era o que Mimi realmente queria para John, mas “era melhor do que nada, pelo menos ele iria para a universidade”, segundo suas próprias palavras.
A pair of John Lennon's glasses rests 08 September
Auto-retrato feito por John Lennon
O Senhor Pobjoy colocou uma condição para sua indicação de John para a escola de arte: que seu comportamento fosse impecável até o fim daquele período. Somente quando o período letivo em Quarry Bank chegasse ao fim e seus professores confirmassem seu bom comportamento, a carta seria enviada. John freqüentou as aulas que restavam com uma inocência completamente artificial, se esforçando para deixar de lado suas comuns provocações, trapaças e confusões. No entanto, no último dia, como era natural de Lennon, ele quase pôs tudo a perder.
The Quarry, Vol.1 No.1 1966, a millstone er sorry, milestone in publishing history.  Quarry Bank High School (for boys)  Friends R
O ritual mais sagrado do período letivo de verão era a fotografia oficial, um retrato em preto-e-branco dos mais de duzentos alunos e do corpo docente, reunidos todos no gramado em frente ao prédio principal de Quarry Bank. Essas fotos em grande angular exigiam uma câmera montada sobre um tripé com uma lente “panorâmica” especial que levava vários segundos para expor o filme, varrendo o grupo escolar de uma ponta à outra. Havia uma lenda folclórica que corria entre os alunos da escola de que alguém poderia ser captado pela lente em um lado e depois correr até o lado oposto para ser captado de novo enquanto a lente completava a varredura, aparecendo, assim, duas vezes na foto final. Quando os alunos de Quarry Bank se agruparam em oito fileiras ascendentes de paletós escuros para a foto de 1957, John decidiu verificar na prática se o folclore fazia algum sentido.
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Para não correr o risco de não ser recomendado pelo diretor, John convencera seu colega de classe Harry Gooseman. “John ouvira dizer que era possível, mas em vez de fazer aquilo ele mesmo, me deixou todo aceso e ansioso por tentar”, lembra Gooseman. “Enfim, dá para ver o que aconteceu quando se olha a foto… Quando a câmera começou o seu giro lento, eu me abaixei e corri por trás das fileiras e apareci em outro lugar. Lamentavelmente para mim… eu me desloquei cedo demais e por isso é possível ver um espaço vazio onde eu estava de pé, logo atrás de John”.
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Espaço vazio atrás de John e Pete Shotton
“E então”, continua Gooseman. “Quando tentei acompanhar a câmera e subir numa cadeira ou num banco mais adiante, não havia lugar para mim, por isso só se vê um pedaço da minha cabeça espiando para a frente. Alguns dos rapazes não sabiam o que estava acontecendo, mas John sabia. Basta olhar para a sua cara… e para os sorrisos debochados do seu bando. Lembro que ele riu bem alto quando fomos afinal presenteados com a foto e viu o espaço vazio atrás dele onde eu deveria estar”.
Pedaço da cabeça de Gooseman
Pedaço da cabeça de Gooseman
Felizmente para John e seu fracassado súdito, Harry Gooseman, o Sr. Pobjoy nunca notou o vazio anormal atrás de John e seus colegas segurando (nem todos) o riso, nem o borrão de uma cabeça adicional na extremidade oposta. No último dia de aula, 17 de julho, a carta finalmente seguiu para o Liverpool College of Art, recomendando a tão ameaçada matrícula de John Lennon.

Fonte: Beatlepedia.

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