FALANDO SOBRE - "Abbey Road" - BEATLES.
Álbum de estúdio por
The Beatles
Lançamento 26 de setembro de 1969
Gravação Abbey Road e Trident Studios,
Londres:
22 de fevereiro a 20 de
agosto de 1969
Gênero(s) Rock, rock progressivo, hard
rock
Duração 47:23
Gravadora(s) Apple Records
Produção George Martin
Singles de Abbey Road
"Something"
Lançado em: 6 de
Outubro de 1969
"Come
Together"
Lançado em: 31 de
Outubro de 1969
"Here Comes the
Sun"
Lançado em: 5 de Junho de 1970
"Oh! Darling"
Lançado em: 5 de Junho
de 1970
Abbey Road foi o 12°
álbum lançado pela banda britânica The Beatles. Foi lançado em 26 de setembro
de 1969, e leva o mesmo nome da rua de Londres onde situa-se o estúdio Abbey
Road. Foi produzido e orquestrado por George Martin para a Apple Records. Este
álbum está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame1
Apesar de ter sido o
penúltimo álbum lançado pela banda, foi o último a ser gravado. As músicas do
último disco lançado pelos Beatles, Let It Be, foram gravadas alguns meses
antes das sessões que deram origem a Abbey Road. O álbum é considerado um dos
melhores do grupo e parecia que os momentos de turbulências tinham passado e
tudo havia voltado ao normal entre eles, mas na verdade o maior problema da
banda começou a esquentar: Guerra de poderes. Após a morte de Brian Epstein,
Paul McCartney sugeriu que Lee Eastman, advogado de sucesso e pai de Linda
Eastman, tomasse conta dos negócios mas os outros Beatles desconfiando e
visando uma proteção maior ao legado de todos sugeriram que Allen Klein, (que
era promotor dos Stones e já vinha tentando "roubar" os Beatles de
Epstein há muito tempo), era a melhor opção pelo seu jeito convicto de
"homem das ruas". McCartney não concordou por achar absurdo pagar 15%
de todos os lucros para Klein. Após a separação da banda, Eastman foi advogado
da carreira solo de Paul e Allen Klein foi a justiça por ter roubado uma média
de 5 milhões dos Beatles. O restante dos Beatles mantiveram contrato com Klein
até 1977.
George Martin produziu
e orquestrou o disco junto com Geoff Emerick como engenheiro de som, Alan
Parsons como assistente de som e Tony Banks como operador de fitas. Martin
considera Abbey Road o melhor disco que os Beatles fizeram.2 E não é por menos:
ele é o mais bem acabado de todos, um dos mais cuidadosamente produzidos
(comparável somente a Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band). Sua estrutura foi
bastante pensada e discutida, e as visões discordantes dos integrantes da banda
só contribuíram para a riqueza da criação final.
Também foi em Abbey
Road que George Harrison se firmou como um compositor de primeira linha. Após
anos vivendo sob a sombra de John Lennon e McCartney, ele finalmente emplacou
dois grandes sucessos com este álbum: "Here Comes the Sun" e
"Something". Ambas foram regravadas incessantemente ao longo dos
anos, sendo que Something chegou a ser apontada pela revista Time como "a
melhor música do disco" e como a segunda música mais interpretada no
mundo, atrás somente de "Yesterday", também dos Beatles.
Este disco foi marcado
pelo uso de novos recursos tecnológicos que estavam surgindo na época. Um deles
foi o sintetizador Moog, que começava a ser utilizado em maior escala dentro do
rock. Ele possibilitava que virtualmente qualquer som fosse gerado
eletronicamente. O Moog pode ser notado claramente em músicas como "Here
Comes the Sun", "Maxwell's Silver Hammer" e "Because".
Por seu trabalho em Abbey Road, os engenheiros de som Geoff Emerick e Phillip
McDonald ganharam o Grammy.
Faixas
Todas as canções
escritas por Lennon/McCartney, exceto as indicadas:
Lado A
# Título Duração
1. "Come Together" 4:20
2. "Something" (Harrison) 3:03
3. "Maxwell's Silver
Hammer" 3:27
4. "Oh! Darling" 3:26
5. "Octopus's Garden"
(Starkey) 2:51
6. "I Want You (She's So
Heavy)" 7:47
Lado B
# Título Duração
1. "Here Comes the Sun"
(Harrison) 3:05
2. "Because" 2:45
3. "You Never Give Me Your
Money" 4:02
4. "Sun King" 2:26
5. "Mean Mr. Mustard" 1:06
6. "Polythene Pam" 1:12
7. "She Came in Through the
Bathroom Window" 1:57
8. "Golden Slumbers" 1:31
9. "Carry That
Weight" 1:36
10. "The End" 2:05
11. "Her Majesty" 0:23
Origens
Após as desastrosas
sessões de gravação do álbum então chamado de "Get Back" (mais tarde
intitulado "Let It Be" para publicação), Paul McCartney sugeriu ao
produtor George Martin que os Beatles se reunissem e fizessem um álbum "como
nos velhos tempos… como a gente fazia antes", gravado ao vivo, sem
overdubs e, logicamente, livres dos conflitos que começaram com as sessões do
Álbum Branco. Martin pensou, levou em consideração o acontecido de ter sido
produtor secundário do álbum Get Back e aceitou, mas com a condição que a banda
se comportasse "como nos velhos tempos", e ele seria tratado como o
"produtor dos velhos tempos" também. Queria o consentimento de Lennon
que aceitou numa boa pois eles estavam loucos para compor e gravar. Porém algumas
faixas como "Something" e "Golden Slumbers/Carry That Weight/The
End" seguiram o estilo do Álbum Branco, de gravar individualmente. Mas o
resultado final acabou sendo este grande álbum, considerado por muitos críticos
como o melhor da banda, e segundo a revista Rolling Stone o 14° melhor álbum de
todos os tempos.
Quando foi gravado na
época do vinil, o álbum tinha dois lados bem distintos entre si, a fim de
agradar tanto a Paul McCartney como a John Lennon individualmente. O lado A,
que ia de "Come Together" a "I Want You", foi feito para
agradar a Lennon. É uma coleção de faixas individuais, enquanto que o lado B
(para agradar a McCartney) contém uma longa coletânea de curtas composições que
seguem sem interrupção. A sequência de juntar músicas inacabadas criadas por
McCartney e Lennon em um enorme pout-pourri foi ideia de Paul, constituindo-se
numa espécie de ópera dentro do disco. No entanto, diferente de Sgt. Pepper's,
considerar Abbey Road um disco conceitual é um engano. "È um bom disco de
Rock&roll", disse Harrison.
Sobre as músicas
[editar]
Come Together .
A música que abre Abbey
Road é uma das marcas registradas de John Lennon. Foi feita a pedido do guru do
LSD, Timothy Leary, que concorreria a governador da Califórnia e tinha como
tema da sua campanha a frase: "Let's Get It Together" ou "Vamos
Pra Frente Juntos". A inspiração política não veio, mas Lennon terminou a
música e a incluiu no disco. A "luz" veio de uma canção de Chuck
Berry, "You Can't Catch Me", da qual Lennon copiou inclusive parte de
um verso. Anos depois, Lennon admitiu a "influência" de Berry e foi
levado à Justiça, mas a ação acabou em um acordo. No decorrer da canção, Lennon
faz um barulho com a boca, uma espécie de "chuuunc!", que na verdade
ele quer dizer "shoot me", algo como "atire em mim", ou
"injete em mim" (uma gíria para o uso de heroína). Paul McCartney não
gostava desse trecho por achar que teriam problemas com justiça, ou fans e
sabendo que Lennon não retiraria, ele decidiu tocar seu baixo tão forte e alto
de maneira que cobrisse a fala. Lennon não queria guitarra nessa música, mas
McCartney achou que sem base e só no piano, o som ficaria vazio. Também deu uma
ideia do solo que acabou entrando. George Martin escreveu numa nota do disco
LOVE que "Come Together" é sua música favorita da carreira dos
Beatles.
Something.
A famosa balada de
George Harrison, escrita para sua esposa na época, Pattie Boyd, é considerada
por muitos como o ponto alto do primeiro lado do disco. Ela representou, para
críticos, a maturidade de George como compositor, marcada por uma melodia
belíssima e pelo famoso estilo de guitarra do "beatle místico" já
desenvolvida em "While My Guitar Gently Weeps". Foi escrita durante o
White Álbum, e a primeira estrofe foi baseada na música "Something in the
Way She Moves" de James Taylor, assinado pela Apple na época. Refinada
durante as filmagens de Let It Be, (é possível ver Lennon dando umas dicas de
composição para Harrison) a música foi oferecida para Joe Cocker, mas acabaram
voltando atrás e gravando a canção. Primeira música de Harrison a ser lado A de
um single, "Something" foi regravada por Frank Sinatra, que a
considerava uma das grandes canções de amor da segunda metade do século XX, e
que, ironicamente, atribua a autoria da canção à dupla Lennon/McCartney. É a
melhor canção do álbum segundo Lennon e a melhor de George segundo McCartney.
McCartney canta essa música com Eric Clapton no Concert for George em 29 de
novembro de 2002, 1 ano após sua morte. Michael Jackson, que nos anos 80
comprou os direitos das músicas Lennon/McCartney, confidenciou a Harrison que
gostaria de ter a balada em seu catálogo.
Maxwell's Silver Hammer.
Perguntado a Ringo
Starr posteriormente qual foi o pior momento ao lado dos Beatles, Starr
respondeu: 'Sem dúvida, as gravações de "Maxwell's Silver Hammer"'.
Também não é para menos: Levaram três dias inteiros para gravar, inclusive com
Lennon desistindo de participar dizendo que "era mais uma ideia
estapafúrdia de Paul", Harrison teve que reprisar o solo muitas vezes e
acabou cansando também e Starr odiava a ideia de ter que tocar bateria sem
bater na caixa, com a baqueta batendo na coxa para marcar o tempo (só no refrão
ele toca normalmente). McCartney argumentava que apenas queria "tudo dando
certo", ou seja, "tudo do seu jeito". Apesar da melodia
agradável, "Maxwell's Silver Hammer" conta, através de versos cheios
de humor negro, a história de um maníaco homicida chamado Maxwell, que com seu
martelo de prata sai matando todos por aí. McCartney estava convencido de que
ela seria um sucesso, o que acabou não ocorrendo.
Oh! Darling.
Esta canção de
McCartney é mais uma brincadeira ao estilo dos anos 50 do que uma composição a
ser levada a sério. Toda a banda parece se divertir, e a qualidade dos Beatles
como músicos fizeram de "Oh! Darling" um número famoso. Para poder
realizar o vocal gritado e rasgado que caracteriza a música, McCartney
realizava apenas um trecho da gravação dela por dia, no início da manhã, para
que sua voz tivesse o tom e a força necessária. Lennon dizia durante as
gravações que ele deveria fazer essa parte por ser mais seu estilo de voz. No
álbum Anthology 3 é possível ver uma versão em que Lennon canta esse trecho e
no final alguns trechos dele comemorando a notícia do divórcio de Yoko do seu
primeiro marido.
Octopus's Garden.
Segunda colaboração de
Ringo Starr para a banda como compositor (a primeira havia sido "Don't
Pass Me By", do Álbum Branco). Foi inspirado numa viagem à ilha italiana
da Sardenha durante as férias do último disco, quando se deparou com uma
excursão turística que falava sobre a vida dos polvos. A guia turística dizia
que os polvos para se protegerem, juntavam pedras coloridas em frente às suas
tocas criando uma espécie de jardim, assim sendo: "Octopus’s Garden"
ou "Jardim dos Polvos". Harrison ajudou Starr na composição (essa
cena pode ser vista no filme Let It Be), porém Harrison deu total crédito a
Starr. Além disso Harrison colaborou com Starr nas suas músicas a solo
"Photograph", e "It Don't Come Easy". A letra simples que
lembra temas infantis, a simpatia de Starr e a competência dos outros Beatles
em acompanhá-lo tornaram "Octopus's Garden" um número muito querido
entre os fãs ao longo dos anos. Embora o baterista já tivesse tido duas músicas
cantadas por ele nas listas de sucesso ("Yellow Submarine" e
"With a Little Help from My Friends"), essa foi a primeira e única
vez que Starr faria sucesso com uma composição sua nos Beatles. Nalguns shows
dos Oasis, Noel Gallagher cantava essa música no final da canção
"Whatever".
I Want You
(She's So Heavy).
A composição menos
convencional de John Lennon em Abbey Road. Uma das músicas mais longas dos
Beatles (com 7 minutos e 47 segundos), é formada por duas melodias inacabadas,
unidas em uma só canção, sendo a primeira ensaiada durante as sessões de
"Get Back" em fevereiro de 1969 com Billy Preston nos teclados, e a
segunda durante as sessões de Abbey Road, com a duração de mais de 8 minutos
(editada depois). Teoricamente esta é uma canção de amor, mas a fúria e a
levada de Blues levam "I Want You" para o contraponto de "She’s
So Heavy". Muitos críticos a consideram como uma música de rock
progressivo, por sua estrutura, o "solo falado" e a duração. Foi
usado o sintetizador Moog durante a canção e no final, para o efeito
"vento". Foi pedido por Lennon ao engenheiro Geoff Emerick que
"cortasse exatamente aqui" na marca de 7:44, criando um silêncio
abrupto editado para o final do lado A. Outra versão é de que o rolo de fita
teria acabado mesmo, durante a gravação. Nessa data, 20 de agosto de 1969, durante
as finalizações dessa música, foi a última vez em que todos os Beatles
estiveram juntos, tocando em um estúdio. Existe um bootleg com Paul cantando
essa canção.
Here Comes the Sun.
Este é outro grande
sucesso de George Harrison em Abbey Road, regravado inúmeras vezes ao longo dos
anos por artistas como Peter Tosh e Richie Havens. O clima cheio de otimismo
desta música tem uma explicação, que ele deu em entrevista uma vez:
"Escrevi essa música na época em que a Apple parecia uma escola: Assine
isto, assine aquilo… Parecia que o inverno na Apple duraria para sempre, então
um dia tirei folga pra ir a casa de Eric Clapton e o alívio de estar naquele
jardim ensolarado era tão maravilhoso que peguei o violão de Eric e escrevi
"Here Comes The Sun". Foi inspirada na música "Badge" do
Cream (banda de Clapton) e pode-se notar a presença forte do sintetizador Moog,
muito usado em Abbey Road. Contou apenas com George, Ringo e Paul, pois John estava
se recuperando de um acidente de carro. A banda gravou as "palmas" e
George e Paul gravaram os "backing vocals" muitas vezes para sobrepor
o som. Com um capotraste na 7ª casa do violão, foi possível deixar o riff num
Lá maior e com a mesma estrutura de "If I Needed Someone" com o
padrão de frases repetidas ao longo da canção. Joe Brown cantou essa música em
"Concert for George."
Because.
Foi usado o
sintetizador Moog por Harrison na introdução de guitarra e foi inspirada no
"Moonlight Sonata" de Ludwig van Beethoven, que Yoko tocava enquanto
Lennon pedia para tocar de trás para frente (John sempre pedia isso). Cada
vocal foi gravado em cada linha de microfone e sobreposto 3 vezes cada,
totalizando 9 vozes. Enquanto gravavam os Beatles exigiram a presença de Ringo
na sala de estúdio, mesmo sem participar, apenas para "dividir aquele
momento de harmonia" segundo o engenheiro de som Geoff Emerick. As versões
solo dos vocais podem ser ouvidas no disco Anthology 3. "Because" é
interpretada por Elliot Smith e está na trilha sonora dos créditos finais de
Beleza Americana (1999), filme de Sam Mendes.
You Never Give
Me Your Money .
Aqui começa a grande
obra de Abbey Road, o pout-pourri formado pelas canções inacabadas de John
Lennon e Paul McCartney. Esta foi criada por Paul e divide-se, na verdade, em
três cançonetas distintas: Em "You Never Give Me Your Money", a
música em estilo clássico e a letra pessimista, mal disfarça sua insatisfação
com os rumos da banda, principalmente os financeiros - culpando seu agente na
época, Allen Klein. Ele dizia: "Ele só nos dava papéis e mais papéis e
quando perguntavamos sobre dinheiro e a situação da Apple ele desconversava
dizendo que eramos músicos e não homens de negócios". Logo em seguida
entra "Magic Feeling", com a voz de Paul lembrando cantores dos anos
50 e fala sobre estar desempregado e sem perspectivas de futuro, algo que
remete em suas próprias situações: "But all that magic feeling/Nowhere to
go" traduzindo: "Todo aquele sentimento mágico/Não há lugar para
ir". As vozes referenciais de "Because" e "Sun King"
entram aqui também. Em seguida vem "One Sweet Dream", que descreve um
sonho dourado, algo como a volta por cima: "One sweet dream/Pick up the
bags and get in the limousine" ou "Um doce sonho/Pegue suas malas e
entre na limousine" nessa parte da canção, George usa arpejos similares
aos de "Here Comes The Sun" com um "amplificador Leslie" o
que registra essa espécie de guitarra que mais tarde se tornaria sinônimo do
"estilo Harrison". E para finalizar, com um baixo inspirado e sons de
grilos e outros bichos no final, uma frase com rima, onde os Beatles contam até
sete e dizem que "todas as crianças boazinhas vão para o céu",
emendando com a próxima, "Sun King". Alguns trechos dessa canção
voltam na música "Carry That Weight."
Sun King.
Música escrita por
Lennon cujo nome original da canção era "Here Comes The Sun King",
mas foi encurtado para "Sun King" a fim de evitar confusões com a
música de Harrison "Here Comes The Sun". Com um vocal triplo não tão
elaborado como "Because" a música utiliza em seu meio alguma palavras
em Inglês, Espanhol, Italiano e Português. Segundo Lennon: "Começamos a
brincar de falar outras línguas e simplesmente misturamos tudo! Paul sabia um
pouco de espanhol que aprendeu no colégio, inventamos algumas palavras sem
sentido e o restante tiramos de jornais. "Los Paranóias", por
exemplo, era uma notícia sobre a gente". Outro ponto interessante nessa
música foi o efeito "cross-channel movement" que consistia em mudar o
som de um canal para o outro (direita para esquerda e ao contrário,
simultaneamente). Em entrevista de 1987, George disse que, para o timbre da
guitarra, se inspirou em "Albatross" da banda Fleetwood Mac com o
reverb, "Na época eu disse, vamos fazer igual o Fleetwood Mac com reverb…
Não ficou muito parecido mas foi o ponto de origem".
Mean Mr.
Mustard e Polythene Pam .
Ambas as músicas são de
John Lennon, compostas durante a viagem à Índia em 1968. "Mean Mr.
Mustard" foi baseada num fato real descrito por um jornal sobre um homem
miserável que escondia dinheiro onde podia para que as pessoas não o forçassem
a gastá-lo. Ele não se inspirou muito para escrever e obviamente descreveu no
Anthology, anos depois como "um lixo escrito num pedaço de papel na
Índia". Foi encontrada uma versão "demo" gravada na casa de
Harrison em Esher que aparece no Anthology 3, onde é possível saber que o nome
da irmã de Mustard era Shirley que foi mudado para Pam pela oportunidade de
associar com a música seguinte: "Polythene Pam". Para compor
"Polythene Pam", Lennon se inspirou no encontro que tivera anos antes
com um amigo poeta de Liverpool, Royston Ellis (descrito por John na famosa
entrevista pela Playboy em 1980, como "o homem que introduziu os Beatles
nas drogas.") e sua namorada Stephanie. Na ocasião, ela estava vestida com
uma roupa de polietileno. Há também a história sobre Pat Hodgett, fã dos tempos
do Cavern que costumava comer polietileno e era conhecido como Polythene Pat. Esta é a terceira música do medley
seguida por "She Came im Through the Bathroom Window."
She Came in
Through the Bathroom Window .
Esta música composta
por Paul McCartney faz parte da última canção do primeiro medley. No começo da emenda, John Lennon diz,
"We'll listen to that now. (risos) Oh, look out!" Então alguém diz "You should…" que é
cortado pela entrada da música. Mike Pinder, da banda de Rock progressivo e
psicodélico The Moody Blues, conta no DVD The Classic Artists Series: The Moody
Blues, lançado em 2006, que contou a Paul uma história de uma groupie que
entrou pela janela do banheiro de Ray Thomas (outro membro da banda) e passou a
noite com ele. Paul ouvindo o conto com sua guitarra na mão, em seguida
disparou: "Ela entrou pela janela do banheiro…". Paul gravou a guitarra
solo enquanto George Harrison gravou o baixo. Levaram 39 takes para gravar a
guitarra base e a bateria, e essa canção do medley demorou quase 2 dias para
ficar pronta.
Golden
Slumbers e Carry That Weight .
Estas são duas das mais
conhecidas músicas de McCartney em Abbey Road. A primeira foi criada após o
beatle ter visto em um livro de sua meia-irmã Ruth, um poema de Thomas Dekker,
do século XVII, em formato de canção de ninar. Paul disse: "Pensei que
eram muito tranquilizadores, uma antiga canção de ninar, mas não conseguia ler
a melodia na partitura. Então peguei os versos e coloquei minha música
neles." Ele também tentou atingir sua voz num ponto alto como se fosse uma
ópera, porque era um tema muito épico. Na música seguinte, "Carry That
Weight", Paul aproveita para voltar a trocar farpas com os Beatles e com
Allen Klein: "Boy, your gonna carry that weight/ for a long time" ou
"Rapaz, você vai carregar esse peso/por um bom tempo". Paul poderia
estar cantando para Lennon, algo como "se você deixar a banda, você vai
carregar esse peso por muito tempo" ou para si próprio que tentou ser o
gerente da banda após a morte de Epstein. No filme "Imagine" de John
Lennon, ele diz: "Paul estava cantando sobre todos nós". No meio dela
ele introduz trechos de "You Never Give Me Your Money", com a letra
diferente. Paul toca piano e guitarra, George toca baixo e guitarra e Ringo
bateria. John não participou desse medley (apenas gravou os backings posteriormente,
com os quatro juntos, uma raridade em suas cançoes) devido a um acidente de
carro com Yoko e seu filho Julian. Uma orquestra foi adicionada após as
gravações. Essa música é a terceira parte do segundo medley e conta com a
próxima música "The End."
The End.
O título desta música
de Paul McCartney diz tudo: ela não só fecha o disco, mas também a carreira dos
Beatles antes da separação. Foi a última canção a ser gravada pelos Beatles e a
última canção do medley. Lennon disse na entrevista da Playboy: "Aquilo é
Paul McCartney. A frase final carrega uma filosofia cósmica que prova que
quando Paul quer algo, ele consegue." Ringo faz o único solo de bateria em
toda sua carreira. Paul dividiu o solo de guitarra em 3 partes e deu para
George e John tocarem uma parte fazendo assim uma sobreposição de solos.
"The End", antes chamada de "Ending" era para ser a última
música do disco, mas "Her Majesty" acabou entrando no álbum. Essa
sequência está presente até hoje nos shows de Paul McCartney e a frase final
ecoará para sempre como o epitáfio da banda na história da música: "And in
the end/The love you take/Is equal to the love you make" ou "E no
final/O amor que você recebe/ É igual ao amor/Que você faz."
Her Majesty.
Esta é a "faixa
escondida" de Abbey Road. Ela surge após um silêncio de 14 segundos, no
fim de "The End", e dura apenas 23 segundos, com Paul cantando
acompanhado do violão. Originalmente ela estava entre as músicas "Mean Mr.
Mustard" e "Polythene Pam" (O primeiro acorde da faixa é na
verdade a última nota de "Mean Mr. Mustard", e a música acaba
abruptamente porque ela emendaria com o primeiro acorde de "Polythene
Pam"), mas como Paul não gostou da posição original da música, e pediu
para o engenheiro de som John Kurlander, para retirar e destruí-la, porém era
norma da EMI nunca jogar fora nem destruir nada dos Beatles. Então ele
adicionou a música para frente do final do disco para separá-la e esperar por
uma futura aprovação o que acabou acontecendo. Paul disse mais tarde: "Foi
um acidente, coisa típica dos Beatles". O estilo "dedilhado" foi
tirado da música "They’re Red Hot" de Robert Johnson, que influenciou
outros guitarristas como Eric Clapton e Keith Richards. Foi criada por Paul
após os Beatles terem recebido os títulos de Membros do Império Britânico (MBE)
das mãos de Elizabeth II, em 1965. Na primeira edição do disco, ela não foi
creditada na capa do LP (vinil), apesar de vir creditada no selo do disco
vinil.
Capa .
Fotos de Abbey Road – Beatles atravessando
a rua.
A famosa fotografia da
capa do álbum foi tirada do lado de fora dos estúdios Abbey Road em 8 de agosto
de 1969 por Iain Macmillan. A sessão de fotos durou dez minutos, John sempre
muito apressado só queria "tirar a foto e sair logo dali, deveriamos estar
gravando o disco e não posando pra fotos idiotas" detalhe: a ideia da foto
era de Paul McCartney. Foram feitas seis fotos. Paul McCartney escolheu a que
achou melhor. A foto foi objeto de rumores e teorias de que Paul estaria morto,
vítima de um acidente de carro em 1966. Apesar de ter sido apenas uma
brincadeira e puro marketing do grupo, a lenda ainda é assunto de alguns
beatlemaníacos. Na capa do LP, os Beatles estão a atravessar a rua numa faixa
de segurança a poucos metros do Estúdio Abbey Road, e ficou marcada para sempre
para muitas pessoas.
A foto conteria
supostas "pistas" que dariam força ao rumor de que Paul estava morto:
Paul está descalço (segundo ele, aquele dia fazia muito calor, e ele não estava
aguentando ficar com nada nos pés), fora de passo com os outros, está de olhos
fechados, tem o cigarro na mão direita, apesar de ser canhoto, e a placa do
fusca, em inglês, "beetle" estacionado é "LMW" referindo se
as iniciais de "Linda McCartney Widow" ou "Linda McCartney
Viúva" e abaixo o "281F", supostamente referindo-se ao fato de
que McCartney teria 28 anos se (if em inglês) estivesse vivo. (O I em
"28IF" é realmente um "1", mas isso é difícil de se ver na
capa. Um contra-argumento é que Paul tinha somente 27 anos no momento da
publicação de Abbey Road, embora alguns interpretem isso como ele teria um dia
28 anos se ele estivesse vivo.) Os quatro Beatles na capa, segundo o mito
"Paul está morto", representariam o Padre (John, cabelos compridos e
barba, vestido de branco), o responsável pelo funeral (Ringo, em um terno
preto), o Cadáver (Paul, em um terno, mas descalço - como um corpo em um
caixão), e o coveiro (George, em jeans e uma camisa de trabalho denim). Além
disso há um outro carro estacionado, de cor preta, de um modelo usado para funerais
e eles andam em direção a um cemitério próximo a Abbey Road. Notem também que
atrás do Paul tem um carro como se estivesse passado pelo mesmo lugar que ele
está. Outra suposta pista seria que na contra-capa do álbum, ao lado esquerdo
da palavra Beatles, teria 8 pontos formando o número 3 (sendo então "3
Beatles"). O homem de pé na calçada, à direita, é Paul Cole, um turista
dos EUA que só se deu conta que estava sendo fotografado quando viu a capa do
álbum meses depois.
Fonte: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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